"Um homem é verdadeiramente ético apenas quando obedece sua compulsão para ajudar toda a vida que ele é capaz de assistir, e evita ferir toda a coisa que vive." (Albert Schweitzer)
Com o dealbar do pós-modernismo, vivemos, pois, uma época de pós-moralidade. Época de desprezo por valores deontológicos incondicionais mais elevados e indiferença em relação ao bem público. O ethos atual é o do hedonismo desenfreado e da exaltação do individualismo, visando somente o momento presente, negando a necessidade do comprometimento com o outro e de olhar para o passado ou contemplar o futuro. O agora tornou-se o novo mantra. O que importa é "viver tudo" - e não compreender nada. Ocorre que viver, meus amigos, não é o suficiente. O que interessa não é viver, e sim entender por e para que se vive. Já dizia Pascal: "O pensamento é a nossa dignidade. Tratemos, por conseguinte, de pensar bem, pois aí está o princípio da moral". Nossa atual cultura perdeu o amor pela verdade. A busca da gratificação, do prazer e realização individual instantâneos virou o ideal supremo. O custo? Não importa. Passar por cima dos outros, ferir as pessoas? Necessário. O prazer e utilidade efêmeros que podemos extrair das situações e pessoas é que comandam. Caráter e palavra viraram relatividades subalternas regidas pela circunstâncias e momentos. Passamos à margem de uma notável lição do filósofo brasileiro Mario Sergio Cortella. Para ele, Ética são os valores que guiam e definem o que se quer, o que se pode e o que se deve fazer. Por quê? Porque nem tudo o que eu quero eu posso, nem tudo o que eu posso eu devo, e nem tudo que eu devo eu quero. Hoje, desgraçadamente, Ética virou verbete sequestrado pela urgência dos interesses; condicionado pelos imperativos do tempo.
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